Em uma publicação na plataforma social X (ex-Twitter) na noite de terça-feira, 28, o empresário Elon Musk disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu à sua empresa de foguetes SpaceX para trazer para casa “o mais rápido possível” dois astronautas da Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, que estão na Estação Espacial Internacional desde junho.

A SpaceX já está programada para trazer esses dois astronautas para casa, mas não antes do fim de março, juntamente com outros dois astronautas que estão a bordo. A Nasa não informou se estava de fato trabalhando para fazer com que esses astronautas voltassem para casa mais cedo, o que poderia deixar a estação espacial com falta de pessoal.

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Algumas horas depois, Trump, em postagem no site Truth Social, confirmou o pedido, declarando que “Elon logo estará a caminho”, sem definir um prazo para a viagem de retorno. Os astronautas americanos, Suni Williams e Butch Wilmore, atracaram na estação espacial em junho.

Sua viagem não deveria durar muito mais do que uma semana ou duas em órbita, como parte de um voo de teste da nave espacial Starliner, da Boeing. Mas, como o sistema de propulsão do Starliner falhou durante a viagem, a Nasa repetidamente estendeu a estadia da dupla, enquanto engenheiros tentavam descobrir o que havia dado errado.

Em sua postagem, Musk acrescentou: “Terrível que a administração Biden os deixou lá por tanto tempo.” Na mensagem que postou no Truth Social,Trump ecoou esse sentimento, alegando que Williams e Wilmore foram “virtualmente abandonados no espaço pela administração Biden”.

De fato, a estação espacial foi reabastecida quatro vezes desde a chegada dos dois. Bill Nelson, o administrador da Nasa durante a administração Biden, não respondeu ao pedido para que comentasse a situação.

A inquietação persistente com o veículo levou os oficiais da Nasa a decidirem que o Starliner retornaria à Terra sem Williams e Wilmore, que permaneceram em órbita como parte da tripulação da estação espacial. Na época, Nelson disse que a principal preocupação dos oficiais da Nasa era a segurança de Williams e Wilmore.

O Starliner pousou na Terra sem problemas em 7 de setembro. Dois astronautas extras em órbita levaram a Nasa e seus parceiros internacionais a reorganizar a próxima tripulação a caminho da estação espacial em um SpaceX Crew Dragon, uma missão chamada Crew-9.

Astronautas geralmente passam cerca de meio ano na estação espacial antes de retornarem, na mesma espaçonave que usaram para chegar lá. Como Williams e Wilmore não tinham mais uma carona de volta, dois dos quatro astronautas originalmente designados para o Crew-9 ficaram em terra quando a missão foi lançada, em 28 de setembro. Isso deixou dois assentos para Williams e Wilmore para a viagem de volta, que era então esperada em fevereiro.

Antes dos astronautas retornarem, a Nasa prefere que seus substitutos cheguem à estação espacial, para evitar períodos de falta de pessoal, o que atrapalha a pesquisa científica e deixa a tripulação sobrecarregada, em caso de emergência. Se algo do lado da Nasa na estação quebrasse e exigisse uma caminhada espacial para reparar, haveria apenas um astronauta da agência espacial a bordo – Don Pettit – para realizar a tarefa.

Isso seria perigoso, pois caminhadas espaciais são geralmente realizadas em pares. Os dois astronautas russos a bordo poderiam ajudar, mas eles são menos familiarizados com esses sistemas.

Para o próximo lançamento de astronautas, o Crew-10, a SpaceX planejava usar um novo Crew Dragon. Mas, em dezembro, a Nasa anunciou que a SpaceX precisava de mais tempo para concluir a fabricação e os testes da nova cápsula e que o retorno de Williams e Wilmore havia sido adiado novamente, para o final de março.

A Nasa evitou chamar os astronautas de “abandonados”, como Musk fez em sua postagem. A agência espacial ressaltou que Williams e Wilmore estão com boa saúde e que sua estadia prolongada está bem dentro da faixa de tempo em órbita de outros astronautas.

Acelerar o retorno pode representar uma escolha difícil para os oficiais da Nasa. Eles poderiam deixar a estação com falta de pessoal, com apenas três astronautas – dois russos, um americano – em vez dos sete usuais, até que o novo Crew Dragon chegue. Em princípio, a Nasa poderia fazer apenas Williams e Wilmore retornarem e deixar os outros astronautas que foram lançados em setembro em órbita.

Mas isso deixaria esses astronautas sem uma maneira de voltar para a Terra, se precisassem evacuar. Ou a SpaceX poderia usar um de seus Crew Dragons mais antigos, possivelmente transferindo astronautas de um voo programado para a estação espacial, em missão privada administrada pela empresa Axiom Space, de Houston./COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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