A Austrália aprovou, no mês passado, uma lei pioneira que proíbe o uso de redes sociais por menores de 16 anos, incluindo serviços como Instagram, X (Twitter), Facebook e Snapchat. A regra entrará em vigor em novembro de 2025 e exigirá que as empresas de tecnologia realizem verificação de idade para impedir a inscrição de adolescentes. Caso descumpram a lei, essas empresas podem enfrentar multas de até 49,9 milhões de dólares australianos (cerca de US$ 31,9 milhões) por violações sistemáticas.

1. O Desafio: Sistemas de Verificação de Idade

Para avaliar como aplicar a nova lei, o governo investiu 3,4 milhões de dólares australianos (R$ 12,94 milhões) em um teste conduzido pela organização sem fins lucrativos britânica The Age Check Certification Scheme. A iniciativa irá testar a eficácia de diversos métodos de verificação de idade junto a 1.200 pessoas.

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  • Vetores de Ataque: Técnicas como identidades falsas, trocas de rosto (face swap), VPNs e software deepfake.
  • Preocupação Maior: Softwares baratos e fáceis de usar capazes de enganar métodos de verificação, tornando as barreiras “inúteis” para menores de 16 anos.

2. Métodos Possíveis de Verificação

A lei proíbe a exigência de documentos governamentais, como carteira de motorista ou cartão de saúde, gerando a necessidade de soluções criativas. Dessa forma, métodos podem variar:

  • Reconhecimento Facial ou de Mãos: Usados para estimar idade, mas com margem de erro.
  • Documentos Digitais não Governamentais: Verificação via fotos ou informações particulares.
  • Confirmação por Responsáveis: Em alguns casos, empresas podem recorrer à validação por adultos ou responsáveis legais.

3. Por que a Lei Não Deve Ser “Infalível”

O próprio governo reconhece que nenhum sistema de bloqueio será completamente à prova de fraudes. Porém, especialistas defendem que o objetivo é enviar um forte recado às grandes empresas de tecnologia: elas devem se esforçar para criar ambientes seguros para crianças e adolescentes, de forma semelhante ao que já ocorre com casas de apostas e varejistas de álcool.

4. Impacto Internacional

Esta lei se tornou referência para outros países, ao demonstrar a preocupação crescente em proteger menores de idade no ambiente digital. Conforme observa a professora de direito da Universidade de New South Wales, Mimi Zou, “o mundo inteiro está de olho”. Mesmo que surjam falhas, a Austrália mostra que está disposta a inovar na regulação das Big Techs.


Principais Desafios da Lei Australiana

Desafio Detalhes
Software de falsificação Ferramentas que alteram aparência e enganam IA
Métodos de identificação Proibir documentos estatais exige soluções criativas de verificação
Privacidade Evitar coleta excessiva de dados sensíveis
Multas Elevadas Até 49,9 milhões de dólares australianos por falhas sistemáticas
Visão Global Outros países analisam adotar medidas semelhantes

 

Conclusão

A proibição de uso de redes sociais por menores de 16 anos na Austrália levanta um debate global sobre privacidade, segurança online e inovação tecnológica. Ainda que não haja um método à prova de falhas, a iniciativa sinaliza uma forte disposição do governo australiano em responsabilizar as Big Techs, buscando garantir ambientes digitais mais seguros para crianças e adolescentes.

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