O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (23) a abertura de uma investigação para avaliar até que ponto a China utiliza práticas anticompetitivas e antimercado para dominar a indústria global de semicondutores. O movimento busca proteger a competitividade americana e a segurança econômica do país, segundo o Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR).
Motivações da Investigação
A secretária de Comércio, Gina Raimondo, destacou que quase dois terços dos produtos americanos contêm chips fabricados na China, o que preocupa o governo. “Pequim busca dominar o mercado, e os métodos utilizados desencorajam empresas de investir nos Estados Unidos”, afirmou Raimondo.
A investigação focará nos chips maduros, amplamente utilizados em produtos como equipamentos médicos, redes de comunicação e automóveis. Segundo o USTR, as políticas chinesas podem estar criando uma dependência perigosa na cadeia de suprimentos e enfraquecendo a competitividade de empresas americanas.
Contexto Econômico e Político
A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo do governo americano para fortalecer a indústria doméstica de semicondutores. A Lei dos Chips, aprovada recentemente, prevê subsídios de até US$ 52 bilhões (R$ 316 bilhões) para incentivar a implementação de fábricas nos EUA.
A representante do USTR, Katherine Tai, acusou a China de permitir que suas empresas ofereçam preços artificialmente baixos, ameaçando eliminar a concorrência global.
Retaliações Chinesas
Em resposta às restrições impostas pelos EUA ao acesso de empresas chinesas a semicondutores de ponta e equipamentos necessários para sua fabricação, a China anunciou, em dezembro, medidas de represália. Entre elas está a proibição de exportação de metais raros, como gálio e germânio, essenciais para a produção de semicondutores.
Impactos e Expectativas
A investigação será aberta ao público a partir de 6 de janeiro, com um prazo de 90 dias para análise. A continuidade do processo ocorrerá durante o governo do presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro.
Enquanto os EUA buscam reduzir sua dependência da China, Pequim acusa Washington de “politizar questões comerciais e tecnológicas”, intensificando as tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Conclusão
A batalha pela liderança na indústria de semicondutores reflete a crescente rivalidade econômica e tecnológica entre EUA e China. Com impactos que vão além do setor tecnológico, a investigação poderá moldar o futuro das cadeias globais de suprimentos e redefinir o equilíbrio de poder no mercado de chips.
Você acredita que a investigação dos EUA terá impacto significativo na relação comercial com a China? Deixe sua opinião nos comentários!