Dois mil e vinte e quatro, definitivamente, não foi um ano favorável para o consumidor. Secas e enchentes afetaram os preços dos alimentos, além de afetar a vida e a propriedade. A disparada do dólar neste final do ano põe em risco o crescimento econômico, a queda do desemprego e o aumento da renda.
Mas avançamos na regulamentação da inteligência artificial (IA). E, na regulamentação da reforma tributária, vários produtos da cesta básica ficaram com alíquota zero, como são os casos de açúcar, arroz, feijão, café, carnes, peixes, pão, leite e ovos.
Muitos desafios continuarão a nossa frente em 2025, como a má qualidade dos serviços das concessionárias de energia elétrica. Por diversas vezes, milhares de consumidores ficaram sem energia elétrica após chuvaradas e ventanias.
A retomada de aumentos da taxa Selic (básica de juros da economia) vai impactar cada vez mais os juros dos cartões de crédito e encarecer o crédito em geral.
E há situações levantadas recentemente, como a dos falsos motoristas de aplicativos que atuam na rodoviária do Tietê, em São Paulo. Esses criminosos, que cobram preços absurdos e agem com violência quando confrontados, também aplicam golpes no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
No Rio Grande do Sul, o Ministério Público denunciou 15 pessoa suspeitas de adulterar produtos lácteos estragados, adicionando soda cáustica e água oxigenada para disfarçar a qualidade inadequada.
Segundo o “Relatório de Identidade Digital e Fraude 2024”, desenvolvido pela Serasa Experian, 42% dos brasileiros já sofreram fraudes digitais. Desses, 57% tiveram perda financeira média de R$ 2.288,00.
Esse conjunto de fatos negativos reforça ainda mais a importância do CDC (Código de Defesa do Consumidor), da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), do Marco Civil da Internet e da regulamentação da IA. Mas caberá sempre aos cidadãos atenção para evitar, ao máximo, cair nas armadilhas dos criminosos digitais e presenciais.
Isso significa não abrir arquivos não solicitados no e-mail e nos aplicativos de mensagens, não clicar em links desconhecidos, trocar frequentemente as senhas do banco, não acreditar em falsos comunicados de malha fina da Receita Federal, desconfiar de promoções de preços fora da média do mercado, consultar a documentação e o contrato antes de comprar ou alugar imóveis e automóveis, dentre outras medidas para não serem ludibriados.
A ambição, muitas vezes, reduz o ‘desconfiômetro’ das pessoas, que ficam ansiosas para lucrar, e acabam facilitando a vida dos golpistas. Algo que ocorre, por exemplo, no aluguel de casa na praia, em pacotes de viagens por agências desconhecidas ou sem referência, nas compras de eletroeletrônicos, roupas e calçados em sites internacionais que não têm garantia de devolução nem de assistência técnica ou devolução se os produtos tiverem defeitos.
