Neste mês de abril, a Câmara Municipal de São Caetano do Sul realizou várias sessões ordinárias, nas quais diversos projetos de lei e moções foram discutidos e votados. Uma análise crítica dessas atividades revela uma tendência preocupante: a continuidade e prevalência de homenagens e moções de repúdio em detrimento de legislações significativas que impactem diretamente o bem-estar dos cidadãos.
Tendências e Preocupações
- Predomínio de Homens e Títulos Honoríficos: Durante as sessões, observou-se uma alta frequência de projetos dedicados a conceder títulos de “Cidadão Sulsancaetanense” e outras homenagens. Por exemplo, nas sessões analisadas, foram aprovados vários decretos legislativos que concedem esses títulos a diversas personalidades (Processos nº 5393/23, 1195/24, 1745/23, entre outros). Apesar de reconhecer contribuições individuais, essa prática consome tempo legislativo que poderia ser empregado em discussões de leis mais impactantes para a coletividade.
- Moções de Repúdio: Outro elemento recorrente são as moções de repúdio. Essas moções, apesar de expressarem o posicionamento do legislativo sobre variadas questões, raramente resultam em ações concretas que alterem a qualidade de vida dos cidadãos. Por exemplo, foram aprovadas moções contra declarações de políticos e práticas de outras entidades (Processos nº 2329/23, 4334/23), mas essas ações têm pouco efeito prático além do protesto.
- Arquivamento de Projetos Relevantes: Nota-se também um número significativo de projetos de lei com potencial impacto social sendo arquivados sem aprovação. Projetos como o incentivo ao uso de carros elétricos (Processo nº 2315/21) e o estatuto da desburocratização (Processo nº 0409/22) foram arquivados, sugerindo uma resistência à implementação de políticas que poderiam beneficiar o ambiente urbano e a gestão pública.
Conclusão e Recomendações
É essencial que a Câmara Municipal de São Caetano do Sul reavalie suas prioridades legislativas. Recomenda-se um foco renovado em leis que promovam melhorias tangíveis na vida dos cidadãos, como desenvolvimento urbano, saúde pública, e educação, em vez de dedicar uma parcela significativa do tempo legislativo para homenagens e moções de pouco impacto prático.