Para a geógrafa Sayonara Nogueira, trazer à tona histórias como a de Xica Manicongo é importante. Ela explica: “Pelo fato de se tornarem símbolos de luta e resistência para nossa comunidade, (…) além de sensibilizar e trazer visibilidade às pessoas trans na atualidade”.

Infelizmente, a extrema direita vem nos transformando nas novas marginais do século 21. Existe uma perseguição diária aos nossos corpos e direitos, como uma nova Inquisição. Ainda nos são negados direitos básicos. Portanto, a história de Xica Manicongo escancara toda a violência a que somos submetidas no decorrer do tempo, até a atualidade.

Sayonara Nogueira

Banner Responsivo

Xica Manicongo sofreu um apagamento histórico por séculos de pesquisadores, e a insurgência de sua identidade travesti fortalece a luta trans e travesti num país que diariamente vilipendia nossas existências. Sua história evidencia hoje os desafios que enfrentamos, principalmente quando fazemos o recorte racial, sendo que as travestis pretas são as que mais sofrem violações de direitos humanos [e morrem].

complementou Sayonara a Deutsche Welle.

Quatro mulheres trans e travestis personificaram a Xica Manicongo no desfile. “A primeira, na comissão de frente a dançarina, coreógrafa, professora e performer Daniela Raio Black, depois a cantora Hud, representando a Xica no Reino do Congo, ela como a sacerdotisa quimbanda”, falou o carnavalesco Jack Vasconcellos à Agência Brasil.

Também teve a representação da inquisição em Salvador no Brasil colonial português: “Depois [da Daniela e Hud, temos] a cantora trans Pepita no carro de Salvador, representando Xica escravizada, e depois em um tripé no meio de uma ala com coreografia sobre a inquisição em Salvador, com a Bruna Maia representando a Xica e a fogueira da inquisição”.

Quando o enredo pergunta, no título, ‘Quem Tem Medo de Xica Manicongo?’, queremos colocar as pessoas contra a parede e, ao mesmo tempo, aproximá-las. A gente quer acabar com o medo das duas partes, tanto da comunidade trans e travesti, porque são vítimas de violência constante, e também de uma parte da sociedade que não convive com essas mulheres incríveis.

Jack Vasconcelos, carnavalesco da Tuiuti, em entrevista ao UOL

Este conteúdo foi útil para você?

Obrigado pelo seu feedback!

Ofertas Imperdíveis. Acesse agora!

Magazine Luiza
Banner Responsivo

Deixe um comentário

plugins premium WordPress