Em delação Cid fala sobre áudio da filha que foi vazado e chora
Um dia antes da transcrição vir a público, na terça (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro pelos seguintes crimes:
- liderança de organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união;
- deterioração de patrimônio tombado.
VEJA ABAIXO OS PRINCIPAIS TRECHOS DOS VÍDEOS:
Moraes dá bronca e alerta sobre regras da delação
Em um dos vídeos divulgados, o ministro Alexandre de Moraes dá uma bronca em Mauro Cid, porque recebeu relatórios da Polícia Federal que mostram contradições, omissões e mentiras que o ex-ajudante de ordens teria contado durante depoimentos de colaboração premiada.
A legislação prevê que, caso o colaborador omita ou apresente informações falsas, os benefícios do acordo podem ser revogados. Moraes lembra que uma eventual revogação poderia prejudicar, além do ex-ajudante de ordens, familiares de Cid, como o pai e a filha do delator.
Moraes dá ‘bronca’ em Cid e relembra obrigações da delação premiada
Moraes cita que a Procuradoria-Geral da República já havia pedido a prisão preventiva de Mauro Cid por conta dessas omissões e mentiras, que vieram à tona após a operação da PF que investigou o chamado Plano Punhal Verde Amarelo – o qual previa os assassinatos de Lula, Alckmin e do próprio Moraes.
Bolsonaro pressionou ministro da Defesa, diz Cid
Em um dos vídeos, o tenente-coronel Mauro Cid relata que o ex-presidente Jair Bolsonaro pressionou o general Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa, a escrever em um relatório sobre as urnas eletrônicas que fraudes haviam sido encontradas nos sistemas de votação.
Segundo Cid, após a pressão, foi feita uma “construção” textual que apontava que o sistema eletrônico de votação não é auditável, o que já foi desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Em delação, Mauro Cid diz que Bolsonaro pressionou Defesa para apontar fraude em urnas
E, conforme o relato de Cid, a conclusão do relatório foi a de que não era possível comprovar suspeitas infundadas de fraude.
“O presidente queria que ele [o então ministro da Defesa] escrevesse que tivesse fraude”, afirmou o militar.
As Forças Armadas foram chamadas pelo Tribunal Superior Eleitoral a participar de uma comissão de acompanhamento das eleições, por isso o relatório foi preparado pelo Ministério da Defesa.
Cid: Ministro da Defesa foi pressionado a não divulgar o laudo
Bolsonaro mantinha a ‘chama acesa’, diz Cid
Em outro vídeo, Cid diz a Moraes que recebia milhares de mensagens de apoiadores e aliados do ex-presidente cobrando que Bolsonaro e as Forças Armadas tomassem alguma atitude para permanecer no poder. “Perguntavam se a gente não ia virar a mesa”, declarou.
Cid: ‘Bolsonaro dava esperança que forças fariam algo’
Segundo Cid, após a eleição de Lula, Bolsonaro mantinha, nos diálogos com aliados, a “chama acesa” de que alguma coisa poderia acontecer, como o surgimento de relatos de que o processo eleitoral havia sido fraudado, o que não aconteceu.
“Ele tinha a esperança que, até o último momento – ele até falou ‘Papai do Céu sempre ajudou a gente, vamos ver o que aparece aí –, que até o último momento fosse aparecer uma prova cabal de que houve fraude nas urnas. E aí, sim, que todo mundo visse, aí teria o povo na rua, a mobilização, as Forças Armadas, era isso que passava na cabeça do presidente”, declarou.
Cid: ‘Perguntavam se a gente não ia virar a mesa’
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