O Escritório Nacional de Estatísticas da China, equivalente ao brasileiro IBGE, anunciou em entrevista coletiva em Pequim, na manhã desta sexta (17), noite de quinta no Brasil, que o crescimento do Produto Interno Bruto do país foi de 5%. A meta anunciada no início do ano passado foi de “em torno de 5%”.

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O resultado foi creditado pelo órgão à “introdução oportuna do pacote de políticas de apoio” no final do ano, que levou o crescimento do último trimestre a 5,4%. Outros dados divulgados apontam que o crescimento industrial em 2024 foi de 6,2% e que as vendas no varejo aumentaram 3,7% em dezembro, acima das estimativas de mercado.

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Kang Yi, que dirige o escritório de estatísticas, afirmou que, apesar dos avanços no ano, é preciso “estar ciente de que os efeitos adversos trazidos pelo ambiente externo estão aumentando, o consumo interno é insuficiente e a economia ainda enfrenta desafios”.

Também foi divulgado que a população voltou a diminuir, embora tenha sido registrado aumento no número de nascimentos. A redução foi de 1,39 milhão, resultando num total de, 1,408 bilhão de habitantes.

Linha de montagem do Grupo Seres, em Chongqing, na China, em 7 de junho de 2024 – Wang Quanchao/Xinhua

O resultado do PIB havia sido adiantado pelo líder Xi Jinping na véspera do ano novo, em pronunciamento à Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o principal órgão consultivo do regime.

“Diante dos desafios impostos pela dinâmica em evolução no país e no exterior, respondemos calmamente com uma série de medidas para atingir com sucesso as principais metas e tarefas de desenvolvimento econômico e social do ano, e demos novos passos sólidos no avanço da modernização chinesa”, disse.

Pouco depois, em pronunciamento pela televisão, Xi acrescentou, sobre o quadro esperado de “desafios” também para 2025, inclusive mais incerteza externa: “Como sempre, crescemos no vento e na chuva”.

Segundo projeções dos próprios órgãos chineses de planejamento, para atingir os objetivos de desenvolvimento mais qualificado delineados para 2035, o país precisa crescer pelo menos 4,7%, anualmente.

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A série de medidas recentes de estímulo, mencionadas pelo escritório de estatísticas e por Xi, começou em setembro, diante do risco de não ser alcançada a meta de crescimento, evidenciado no terceiro trimestre. O Banco do Povo da China, o banco central do país, anunciou então cortes nas taxas de juros e no compulsório, entre outras.

Seguiram-se medidas como a retirada de restrições à aquisição de residência nas grandes cidades e outros incentivos ao setor imobiliário. No movimento mais aguardado, o Congresso Nacional do Povo aprovou um programa de refinanciamento das dívidas dos governos locais de 10 trilhões de yuans (R$ 8 trilhões).

A meta de crescimento para 2025 só deverá ser divulgada em março, durante as reuniões legislativas chamadas de “Duas Sessões”. Mas nos últimos dias as principais províncias chinesas anunciaram suas metas locais, indicando o que deverá ser projetado para o país como um todo.

A província de Guandong, que abrange Shenzhen, e as grandes cidades de Pequim, Xangai e Tianjin, que têm administração regional própria, apontaram “cerca de 5%” de crescimento do PIB local neste ano. A província de Fujian calculou de 5% a 5,5%, Zhejiang e Hunan, “cerca de 5,5%”.

Em seus relatórios, os administradores de Guandong e Xangai, que são aquelas mais voltadas às exportações, reconheceram a vulnerabilidade aos esperados aumentos de tarifas nos Estados Unidos, durante o novo mandato de Donald Trump, e às eventuais restrições ao comércio com europeus.

Além dos esforços para “estabilizar” a relação com esses mercados, o governador de Guandong, Wang Weizhong, adiantou que vai procurar “expandir em mercados como Asean [países do Sudeste Asiático, hoje o maior parceiro comercial da China], Oriente Médio, América Latina e Ásia Central, ao mesmo tempo abordando o potencial da África e dos países das ilhas do Pacífico”.

No final do ano, houve controvérsias em torno das estatísticas sobre a economia chinesa, envolvendo profissionais do próprio mercado financeiro do país.

Gao Shanwen, da SDIC Securities, falou há um mês num evento do Instituto Peterson, em Washington, não saber “o verdadeiro número do crescimento” e acrescentou: “Minha própria especulação é que nos últimos anos possa ser de cerca de 2%”, em vez de 5%. Segundo o jornal The Wall Street Journal, ele teria sido “disciplinado” pelas autoridades chinesas.

Louis-Vincent Gave, da Gavekal Research, apontou há dois meses “preconceito cultural e político” como explicação para a surpresa ocidental, sobretudo de seus executivos, com os números do predomínio chinês em setores como veículos elétricos e energia limpa. “A cobertura implacavelmente negativa da China presta um péssimo serviço” aos clientes, escreveu em nota.

FMI diz que crescimento foi ‘surpresa positiva’

O economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Pierre-Olivier Gourinchas, disse nesta sexta (17) que o resultado da economia chinesa foi uma “surpresa positiva” em relação à previsão do órgão, de 4,8%.

Gourinchas disse que o FMI aumentou ligeiramente sua previsão de crescimento da China em 2025 para 4,6% e em quatro décimos de ponto percentual para 4,5% em 2026, refletindo algum impulso maior gerado por medidas fiscais, embora isso tenha sido compensado pela incerteza da política comercial.

No entanto, a China ainda precisa fazer com que a demanda interna seja um impulsionador maior de seu crescimento, uma mensagem há muito tempo transmitida pelo FMI às autoridades chinesas, mas isso ainda não aconteceu, disse ele.

“A economia chinesa precisa se voltar para um motor de crescimento mais voltado para o mercado interno”, disse Gourinchas em uma coletiva de imprensa online nesta sexta-feira, acrescentando que será cada vez mais difícil para a economia chinesa expandir-se apenas por meio do comércio externo.

“A China é uma economia muito grande e não pode depender apenas do resto do mundo para alimentar seu próprio crescimento interno”, disse ele, acrescentando que autoridades chinesas haviam adotado algumas medidas para avançar nessa direção, mas é necessário mais trabalho.

Qualquer enfraquecimento da economia chinesa terá efeitos colaterais para muitos países emergentes e em desenvolvimento, representando um fator de risco para a economia global, disse ele.

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