A Argentina deve registrar o maior superávit comercial de sua história, segundo uma pesquisa da Reuters com analistas divulgada nesta sexta-feira (17), devido à tentativa do presidente Javier Milei de aumentar as exportações de grãos e energia em seu primeiro ano completo no cargo.

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Milei, que é presidente desde dezembro de 2023, prometeu tornar a Argentina um exportador líquido de energia usando as vastas reservas de xisto na região de Vaca Muerta, na Patagônia. As exportações de grãos, auxiliadas por uma certa flexibilização dos controles cambiais e por um clima melhor, também aumentaram.

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Javier Milei discursa em evento no Uruguai

Javier Milei discursa em evento no Uruguai – Mariana Greif/Reuters

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja processados, o terceiro maior exportador de milho e um importante produtor de trigo e carne bovina. Possui grandes reservas de lítio, necessário para baterias elétricas, além de gás de xisto e petróleo.

Analistas consultados pela Reuters preveem um superávit comercial no fim do ano entre US$ 18 bilhões e US$ 19 bilhões (R$ 108,87 bilhões e R$ 114,92 bilhões), superando o recorde anterior de US$ 16,89 bilhões estabelecido em 2009.

Os dados mensais de dezembro, que serão publicados pela agência nacional de estatísticas na segunda-feira (20), foram estimados em um superávit de US$ 921 milhões, de acordo com a mediana da pesquisa da Reuters.

Nesta sexta-feira, o ministro da Economia, Luis Caputo, postou na rede social X (antigo Twitter) que o país registrou superávit em 2024, mas não divulgou os números. Caputo afirmou que, em dezembro, a Argentina teve déficit fiscal primário de 1,30 trilhão de pesos e um déficit financeiro de 1,56 trilhão de pesos em dezembro.

De janeiro a novembro, a Argentina registrou um superávit comercial de US$ 17,2 bilhões, segundo dados oficiais, revertendo o déficit comercial de US$ 7,94 bilhões nos primeiros 11 meses de 2023.

A iniciativa de Milei de transformar a economia argentina por meio de um esforço de austeridade também reduziu a inflação para fechar o ano em 117,8%, após um pico de quase 300% em abril.

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Analistas dizem que é provável que o superávit comercial da Argentina diminua. “Daqui para frente, provavelmente veremos um cenário em que as importações crescerão consideravelmente”, disse Federico Gonzalez, economista da Empiria Consultores.

As importações já começaram a aumentar conforme o peso argentino se fortaleceu em relação a outras moedas regionais, como o real, e à medida que o governo Milei reduziu alguns impostos sobre determinados produtos.

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