Dá-se por certo entre os meus colegas que a nomeação da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) para ministra da Secretaria de Relações Institucionais é o sinal definitivo da guinada do governo Lula para a esquerda, quando o mais recomendável seria que o governo se inclinasse para o centro-direita.

Ad Insert

Compre tudo com descontos!

Promoção Especial

Não sei ao certo o que é centro-direita ou centro-esquerda. Porque no segundo turno de qualquer eleição para presidente, governador e prefeito, os vários matizes da direita acabam votando em um nome da direita, e os da esquerda em um nome da esquerda. Uma fração da direita votou em Lula para derrotar Bolsonaro.

Banner Responsivo

Admiro o esforço que fazemos, nós jornalistas, de tentar adivinhar o futuro. No mais das vezes, seguimos a corrente da maioria das pessoas que simplesmente escutamos com assiduidade. Também nos baseamos em deduções que nos parecem óbvias. Do tipo: Gleisi é de esquerda. Logo, o governo irá para a esquerda.

Ad Insert

Medicamentos a preços especiais!

Promoção Especial

Se ao invés dela tivesse sido nomeado um ministro indicado pelo Centrão, diríamos que o governo marcharia para a direita. Não nos ocorre que Gleisi fará o que Lula mandar. O que não significa que os ministros se comportem invariavelmente como vaquinhas de presépio, longe disso. Ministros tentam influenciar presidentes.

Se não conseguem, ou se conformam ou pedem demissão. A maioria se conforma. As miçangas do poder são atraentes –  carros com motoristas, bons salários, casa e roupa lavada, tratamento preferencial, empregos para correligionários, viagens internacionais, e por aí vai. Melhor do que isso é ser senador.

Gleisi é ministra da articulação política porque, primeiro, já foi ministra e senadora, com larga experiência no ramo; segundo, porque sempre foi leal a Lula; terceiro, porque à frente do PT fez o que Lula lhe pediu; e quarto, porque Lula queria pôr no seu cargo Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, homem de sua confiança.

Diz-se que Gleisi ministra, com direito a gabinete dentro do Palácio do Planalto, será uma pedra a mais no sapato do ministro Fernando Haddad (PT-SP), da Fazenda. A outra pedra seria Rui Costa (PT-BA), ministro-chefe da Casa Civil. No seu discurso de posse, Gleisi dirigiu-se a Haddad para dizer o contrário:

“Estarei aqui, ministro Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas deste governo, as pautas que você conduz e que estão colocando novamente o Brasil na rota do crescimento, com emprego e renda”.

Ao mencionar o projeto de lei que prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a ser enviado na próxima semana ao Congresso, Gleisi fez novo aceno ao ministro da Fazenda:

“Esta medida vai ajudar milhões de brasileiros, com absoluta neutralidade fiscal, como já antecipou o ministro Fernando Haddad”.

A reforma ministerial em curso, que não tem data para terminar, começa naturalmente com a tentativa de Lula de arrumar sua retaguarda para a batalha final de sua longa trajetória política, e ele não quer perdê-la. A próxima fase será a de aumentar a representação no governo de forças que se disponham a apoiá-lo.

Ao contrário do que se diz e do que muitos imaginam, Gleisi tem boa interlocução com as forças arredias a Lula, e tem pressa para mostrar serviço. No mais, é esperar para ver no que tudo vai dar. Até o passado, no Brasil, é imprevisível.

Todas as Colunas do Blog do Noblat

Este conteúdo foi útil para você?

Obrigado pelo seu feedback!

Ofertas Imperdíveis. Acesse agora!

Magazine Luiza
Banner Responsivo

Deixe um comentário

plugins premium WordPress