Félix Torres, zagueiro equatoriano do Corinthians, trilhou um longo caminho até se firmar como um dos grandes defensores do futebol sul-americano. Titular da seleção de seu país, ele foi titular na vitória do Alvinegro para cima do Mirassol e foi muito bem, recebendo elogios da comissão técnica e pode mais uma vez aparecer no time nesta quarta-feira (5), dia em que a equipe enfrenta o Barcelona-EQU, no jogo de ida da terceira fase prévia da CONMEBOL Libertadores, em confronto com transmissão do Disney+.
O Barcelona, aliás, é um time que Félix conhece bem, já que foi lá que ele conheceu Guillermo Almada, que trabalhou com o defensor tanto no Equador, como no Santos Laguna, do México. O treinador conversou com a reportagem da ESPN e revelou detalhes sobre a descoberta e evolução do atleta, que foi achado no pequeno LDU Portoviejo.
“Sabemos muito sobre o Félix porque o conhecemos desde muito jovem. O trouxemos de uma equipe da segunda divisão para o Barcelona quando ele tinha 18 anos. O Barcelona estava passando por um momento difícil econômico e não havia dinheiro para reforçar. Então, partimos em uma jornada por diferentes equipes da segunda divisão em busca de defensores. Lá encontramos alguns outros, como Arriaga, que também foi para a MLS. Trabalhamos com ele por um tempo e, pouco a pouco, ele evoluiu. Quando fui para o Santos Laguna, recomendei sua contratação por conta de suas ótimas condições. Felizmente, o clube seguiu nosso conselho e ele rapidamente se tornou um dos melhores zagueiros da liga mexicana”, destacou Almada.
Segundo o treinador, Torres já apresentava qualidades que chamavam a atenção, mas precisava refinar sua técnica e leitura de jogo. “Ele é rápido e tem força física, o que é essencial para a posição. No entanto, precisava melhorar suas qualidades técnicas, sua leitura tática e o jogo de passes. Ele sempre esteve muito empenhado em evoluir nesses aspectos.”
A versatilidade também foi um ponto ressaltado. “Ele nos contou que começou como meio-campista, mas vimos que tinha qualidades naturais para ser defensor, devido à sua leitura de jogo, velocidade e físico”, disse Almada.
Uma das histórias curiosas reveladas por Almada diz respeito à insistência da comissão técnica para que Torres aprimorasse seu jogo aéreo. “Vivemos há muito tempo no futebol e costumamos fazer com que ele ficasse depois do treino praticamente todos os dias para melhorar algumas das circunstâncias do jogo para ser um defensor mais completo. Às vezes ele estava um pouco cansado. Ele ficava um pouco irritado por causa da nossa insistência em forçá-lo a ficar. Mas bem, ele percebeu rapidamente que isso favoreceria sua carreira e, com o tempo, especialmente quando estávamos no Santos Laguna, ele mesmo passou a pedir para aprimorar esses fundamentos. Estávamos muito preocupados em melhorar o jogo aéreo. Insistimos nele porque, apesar de sua boa cabeçada, achamos que ele poderia melhorar muito.”
O ex-treinador também destacou a personalidade de Félix Torres, descrevendo-o como um profissional dedicado e um jogador de grupo. “Ele é um pouco introvertido, mas é uma pessoa excelente, muito ligada à família. Dentro de campo, se comunica bem e é um jogador muito bom para a dinâmica de grupo. Sempre se mostrou disposto a aprender e se aprimorar.”
Há cerca de um ano no Corinthians, Torres ainda está se adaptando ao futebol brasileiro. Para o treinador, o melhor para o clube é ter paciência, já que ele pode alçar voos ainda maiores. “Ele está em um time gigante, que está acostumado a competir em alto nível. Ele tem qualidades não apenas para brilhar no Brasil, mas também para atuar na Europa. Já é uma peça fundamental na seleção equatoriana e não tenho dúvidas de que o Corinthians fez uma grande contratação, tanto do ponto de vista esportivo quanto humano”, concluiu Almada.
Próximos jogos do Corinthians:
- Barcelona-EQU (C): 12/03, 21H30 (de Brasília) – CONMEBOL Libertadores, com transmissão no Disney+