A Agência Espacial Americana, a Nasa, lança nos primeiros minutos deste sábado, 8, duas novas missões espaciais: a do telescópio Spherex, que busca entender a evolução do Universo e encontrar sinais de vida extraterrestre, e a Punch, que vai estudar o Sol. O lançamento está previsto para 0h09, no horário de Brasília, a partir da base de Vanderberg, na Califórnia.
O principal objetivo da missão do Spherex é mapear nada menos do que 450 milhões de galáxias em busca de vestígios dos primeiros instantes após o Big Bang – a explosão que deu origem ao Universo. A ideia é investigar o fenômeno chamado de “inflação cósmica”, que fez com que o Universo se expandisse por trilhões de vezes em questão de segundos após a explosão primordial, há 13,8 bilhões de anos.
As missões espaciais Spherex e Punch, a serem lançadas neste sábado, vão mapear as galáxias do Universo e estudar os ventos solares. Foto: Nasa
“Ao mapear a distribuição das galáxias em todo o céu, podemos entender melhor as características da inflação, essa fase de expansão extremamente rápida do Universo logo após o Big Bang”, explicou o cosmologista Olivier Doré, cientista do projeto. “Temos bons indícios de que a inflação ocorreu, mas a física por trás desse evento ainda é muito incerta.”
O novo telescópio tem dimensões modestas, sobretudo se comparado ao Hubble e ao James Webb; seu espelho é do tamanho de um prato de jantar. Com um formato semelhante ao de um megafone, o telescópio custou US$ 488 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões).
Um outro objetivo ambicioso do telescópio é buscar água congelada e moléculas orgânicas, elementos essenciais para a vida. É que, diferentemente do Hubble e do James Webb, que fazem imagens detalhadas de áreas específicas do espaço, o Spherex consegue ter uma visão mais ampla, fazendo um mapeamento bem mais abrangente.
Para funcionar corretamente, o telescópio precisa operar a temperaturas extremamente baixas, de aproximadamente 210ºC negativos. Para isso, ele conta com um sistema de resfriamento que o impede de receber calor do Sol e da Terra.
Já a missão Punch é formada por quatro satélites com o objetivo de capturar pela primeira vez imagens em três dimensões da coroa solar se transformando em vento solar para entender a influência do Sol sobre os objetos que rodeiam. Além de aquecer a Terra, o Sol lança um fluxo constante de partículas que viajam pelo espaço em alta velocidade, podendo afetar o funcionamento de satélites, redes elétricas e, até mesmo, missões espaciais.
O novo projeto vai acompanhar a trajetória desses ventos solares, registrando sua jornada desde a atmosfera externa do Sol até os confins do Sistema Solar. Segundo a Nasa, após um período inicial de testes, a missão deve operar por aproximadamente dois anos.