O primeiro repasse de reféns mortos desde o início da trégua ocorre enquanto Israel e Hamas negociam possível segunda fase do acordo

Internacional|Do R7

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20/02/2025 – 09h37 (Atualizado em 20/02/2025 – 15h08)

Grupo Hamas com dois reféns antes de liberá-los para a troca Reprodução/X

O grupo terrorista do Hamas entregou nesta quinta-feira (20) os corpos de quatro reféns israelenses levados para Gaza durante o ataque de 7 de outubro de 2023.

Entre as vítimas estão Shiri Bibas, seus dois filhos, Ariel e Kfir, e Oded Lifshitz, de 83 anos. A família Bibas tornou-se um dos símbolos do sofrimento israelense ao longo do conflito. Essa é a primeira entrega de reféns mortos desde o início do cessar-fogo temporário entre Israel e os terroristas.

A cerimônia de devolução ocorreu em Khan Yunis, no sul de Gaza. Os corpos foram entregues à Cruz Vermelha antes de serem transportados para Israel, onde passarão por um processo de identificação no Instituto Nacional de Medicina Forense. Imagens da entrega mostram quatro caixões pretos sendo exibidos em um palco com um banner retratando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como um vampiro coberto de sangue. Perto dos caixões, réplicas de mísseis carregavam a frase: “Foram mortos por bombas dos EUA”, em referência ao principal fornecedor militar de Israel.

Família Bibas e o impacto na sociedade israelense

Shiri Bibas, de 32 anos, e seus filhos foram sequestrados em casa, perto da fronteira com Gaza, no ataque de 7 de outubro. O marido e pai das crianças, Yarden Bibas, foi capturado separadamente e libertado em 1º de fevereiro, em uma troca de reféns por prisioneiros palestinos.

A morte da família Bibas já era amplamente aceita no exterior após o Hamas afirmar que eles foram vítimas de um bombardeio israelense no início do conflito. No entanto, o governo israelense nunca confirmou essa versão, e familiares ainda mantinham esperanças de que estivessem vivos.

“Seguramos a esperança por 16 meses e não vamos desistir agora”, escreveu nas redes sociais a tia das crianças, Ofri Bibas, na terça-feira (18), antes da confirmação da morte.

Hamas ainda mantém 70 reféns em Gaza

A devolução dos corpos faz parte da primeira fase do cessar-fogo, iniciado em 19 de janeiro. Como parte desse acordo, 19 reféns israelenses vivos foram libertados até agora em troca de mais de 1.100 prisioneiros palestinos. Israel afirma que, dos 14 reféns que ainda poderiam ser soltos nesta etapa, oito já estão mortos.

Atualmente, segundo o exército israelense, o grupo terrorista ainda mantém 70 reféns em Gaza, sendo que 35 já estão mortos.

O Hamas anunciou que está disposto a libertar todos os reféns restantes em Gaza em uma única troca durante a segunda fase do acordo. “Informamos aos mediadores que estamos prontos para liberar todos os reféns de uma só vez, em vez de fazê-lo em etapas como na fase atual”, disse Taher al-Nunu, alto funcionário do grupo, à AFP.

Apesar do cessar-fogo, ambos os lados se acusam mutuamente de violações. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, afirmou que as negociações para a segunda fase da trégua começarão nesta semana, podendo levar a um fim mais permanente da guerra.

O ataque de 7 de outubro de 2023, que deu início ao conflito, deixou 1.211 mortos em Israel, a maioria civis, segundo dados do governo israelense. Em resposta, a ofensiva militar israelense em Gaza já matou ao menos 48.297 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas. Esses números são considerados confiáveis pela ONU.

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