THE WASHINGTON POST – Arqueólogos descobriram uma tumba inédita de um faraó egípcio antigo. É o primeiro achado do tipo desde que o local de descanso do Rei Tutancâmon foi desenterrado em 1922.
Inscrições indicam que o túmulo foi o lugar de sepultamento do Rei Tutmés II, que teria governado por cerca de meia década há aproximadamente 3.500 anos, conforme um comunicado emitido na terça-feira, 18, pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito.
Descobertas preliminares sugerem que sua múmia, que já havia sido descoberta, foi movida junto com alguns dos conteúdos da tumba quando houve um alagamento no local logo após sua morte.
Entrada da tumba do faraó Tutmés, em Luxor, no Egito. Foto: –
Tutmés II é, talvez, mais conhecido pelos eventos desencadeados por sua morte, por volta dos 30 anos de idade. Hatshepsut, sua esposa e meia-irmã, governou depois dele – primeiro como regente e então como uma das poucas faraós mulheres – e seu reinado foi marcado por construções numerosas, assim como avanços artísticos, arquitetônicos e econômicos.
Mohamed Ismail Khaled, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, disse à mídia estatal egípcia que a descoberta foi uma das mais significativas dos últimos anos. O projeto foi conduzido pelo conselho e pela Fundação de Pesquisa do Novo Reino, liderada pelo arqueólogo britânico Piers Litherland.
“Esta é a primeira vez que mobiliário funerário pertencente a Tutmés II foi descoberto, já que tais itens não existem em museus pelo mundo”, disse Khaled.
Outros itens e fragmentos recuperados incluem jarros de alabastro com os nomes de Tutmés II e Hatshepsut e gesso decorado com desenhos intricados, como inscrições azuis, estrelas amarelas e elementos do Livro de Amduat, um texto funerário destinado a servir o enterrado como um guia para a vida após a morte, conforme o ministério.
Artefatos descobertos durante escavações arqueológicas que descobriram o túmulo do rei Tutmés II em Luxor, no sul do Egito. Foto: –
A entrada da tumba foi descoberta em 2022, em montanhas a oeste da cidade de Luxor – que é construída sobre a antiga cidade de Tebas -, em um local a cerca de 1,5 milhas do Vale dos Reis. Mas seu propósito e importância foram revelados apenas por investigações subsequentes.
Muitos túmulos de faraós no Egito foram descobertos por pesquisadores ocidentais entre o fim dos anos 1700 e início dos 1900, o que incluiu períodos de ocupação colonial francesa e britânica.
Os túmulos da maioria dos faraós que governaram durante o Novo Reino – o período que incluiu o reinado de Tutmés II – foram encontrados no século XIX, em grande parte no Vale dos Reis. Eles incluem o túmulo cheio de tesouros de Tutancâmon, conhecido como o melhor preservado dos antigos locais de sepultamento.
Diferente de seus predecessores do Antigo e Médio Reino, que construíram pirâmides como monumentos funerários, os governantes do Novo Reino preferiam túmulos mais reclusos.