Em Xinjiang, nas plantações de algodão, parte do serviço agora é feito por drones da XAG, de Guangzhou. É um dos argumentos contra a acusação americana de que a região abriga “trabalho forçado”. Com drones, a produção de 200 hectares pode ser tocada por duas pessoas. Já alcançando 63 países, o maior mercado externo da XAG é o Brasil, com vendas anuais de milhares de aparelhos, segundo a empresa.

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São casos de rápido êxito comercial como esse que sustentam o próximo passo da China, resumido na expressão “economia de baixa altitude”. Drones urbanos de entrega, táxis aéreos autônomos e mesmo dirigíveis estão sendo desenvolvidos e testados para ocupar rotas até mil metros de altura ou no máximo 3.000 metros —que remetem à célebre animação “Os Jetsons”, dos anos 1960.

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A imagem mostra um veículo aéreo elétrico em uma exposição. O veículo, com design futurista, possui uma fuselagem branca e é apoiado em quatro hélices. Ao fundo, há um painel com uma imagem do veículo em voo e várias pessoas observando e interagindo com a exibição. O ambiente é moderno, com iluminação e elementos gráficos nas paredes.
EHang apresenta o eVTOL EH216-S em evento na China; empresa foi a primeira a receber licença no país para fabricação – Lu Hanxin/Xinhua

A administração de aviação civil projeta que a economia de baixa altitude alcance uma receita anual de 2 trilhões de yuans (R$ 1,7 trilhão) até 2030. E a Aliança da Economia de Baixa Altitude da China, que já reúne mais de cem empresas, projeta que o país chegue até 2030 a um total de 100 mil eVTOLs (sigla de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical, em inglês), servindo como táxi aéreo ou carro de família.

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Os dispositivos, embora chamem a atenção e garantam publicidade, são o de menos, segundo analistas. “Pequim se destaca na implantação de infraestrutura”, diz Mary Hui, da newsletter a/symmetric, sobre competição industrial, e agora da Bloomberg.

Os investimentos na construção dessa base para a economia de baixa altitude, acrescenta a pesquisadora de Hong Kong, se alinham às duas metas estratégicas de nível nacional: garantir níveis aceitáveis de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e dar à China pioneirismo numa indústria do futuro.

Hui compara com o que aconteceu nas ferrovias de alta velocidade, em que o sucesso chinês em apenas três décadas não veio necessariamente da tecnologia do equipamento, mas da engenharia civil que permitiu sua implantação em tal proporção e velocidade.

Para Kyle Chan, pesquisador sobre política industrial chinesa na Universidade Princeton, nos EUA, uma outra vantagem da China é que o novo setor se baseia em áreas nas quais já avançou, não só drones, mas 5G, inteligência artificial, baterias e LiDAR (usada para detecção em direção autônoma).

“A tecnologia por trás da economia de baixa altitude se sobrepõe à indústria de veículos elétricos da China e ao seu avanço em veículos autônomos”, diz ele, sublinhando que a montadora de carros elétricos XPeng tem até um braço para eVTOL.

A XPeng iniciou há dois meses as obras do que chamou de primeira fábrica de produção em massa de eVTOL, em Guangzhou. Antes dela, a EHang, também de Guangzhou, havia recebido a primeira licença oficial para fabricação. Seus protótipos vêm sendo usados para demonstrações publicitárias de voo vertical autônomo, inclusive em áreas do agro, no interior do Brasil.

A programação oficial chinesa é começar os testes propriamente comerciais dos eVTOL em 2025, em áreas que estão sendo preparadas, com a construção de infraestrutura. Xangai prevê atingir 400 rotas de baixa altitude em atividade até 2027.

Drones de entrega, já bem mais desenvolvidos, vêm sendo usados em cidades como Shenzhen. Até a capital, Pequim, usualmente mais conservadora na adoção de tecnologias, acaba de permitir um serviço de entrega de refrigerante, café e comida na seção Badaling da Grande Muralha, a área mais próxima da capital e foco de turistas.

Além da construção das bases para lançamento e recarga, sobretudo dos eVTOL, Kyle Chan aponta outro desafio aos planos chineses: como desenvolver um sistema nacional de gerenciamento de operações de veículos aéreos não tripulados.

“A China quer integrá-lo ao seu sistema de gerenciamento de tráfego aéreo, com obstáculos regulatórios e logísticos que exigirão grande coordenação entre autoridades nacionais e locais”, detalha.

Na virada do ano, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a principal instituição de planejamento na China, anunciou a criação de um órgão para “formulação e implementação das estratégicas de desenvolvimento da economia de baixa altitude”. O propósito é coordenar o setor.

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Uma surpresa aconteceu há cerca de dois meses, quando o condado de Pingyin, parte de cidade de Jinan, anunciou a concessão de seu espaço aéreo. A vencedora foi a Shandong Jinyu, que ofereceu 924 milhões de yuans (R$ 780 milhões) para explorar por 30 anos os serviços de economia de baixa altitude, respondendo por operação e manutenção da grade e até pelo treinamento de pilotos.

Foi divulgado como um teste, na cobertura por mídia estatal e privada, e busca seguir o modelo de financiamento dos governos locais chineses nas últimas décadas —quando concediam terrenos para a expansão urbana e industrial.

A lenta crise imobiliária dos últimos cinco anos na China, em parte forçada por Pequim para evitar risco de bolha, atingiu essa fonte de recursos e agravou o quadro das dívidas locais, que estão entre os principais entraves à economia do país, no momento.

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